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Como formar jovens inovadores?

CEO global da Maple Bear, Arno Krug, comenta papel da educação de fomentar inovação e autonomia entre os jovens

Thaís Monteiro
5 de novembro de 2021 - 9h05

Um tema presente em diversas rodas de conversa nesta edição do Web Summit foi a educação. Não por acaso, Marco Fisbhen, CEO da Descomplica, esteve presente no evento para discutir como o ensino superior atual está desatualizado e desconectado das habilidades necessárias dessa geração. Além disso, há empresas e organizações voltadas a incentivar projetos de jovens entre 13 e 17 anos, como a The Knowledge Society (TKS).

Como a educação começa na escola, há também instituições escolares que contemplam diferentes fases, incluindo ensino infantil, fundamental 1, fundamental 2 e ensino médio. A Maple Bear é uma dela. Presente em 30 países, incluindo o Brasil, a escola baseada no método de educação e currículo canadense.

Ao Meio & Mensagem, o CEO global da Maple Bear, Arno Krug, opina sobre a importância de fomentar inovação na educação fundamental, as oportunidades das novas gerações e como elas devem ditar o futuro empresarial.

(Crédito: Divulgação/Mapple Bear)

Meio & Mensagem – Como a empresa busca fomentar a inovação entre jovens?
Arno Krug –
Todas as nossas têm programas específicos de empreendedorismo, programas específicos de inovação, têm várias atividades que os nossos alunos têm no currículo e estão baseadas em solução de problemas, em criação de soluções não somente tecnológicas, mas soluções de processos, soluções em formas de agir, pensar, formas de solucionar problemas do cotidiano quanto problemas complexos. Trabalhamos no Brasil com o Start-se, com outros geradores de ideias e os nossos alunos têm competições internas, processos de criação de startup. Inclusive, ano passado mais de 50 alunos propuseram soluções e 20 delas foram avaliadas por um comitê de investidores e 10 soluções tiveram investimento e hoje são as startups que estão acontecendo dentro das escolas.

M&M – Por que o fomento à inovação é importante?

Krug – Sem dúvida, a inovação serve para que solucionamos os problemas do dia a dia, problemas complexos para que nossa sociedade seja melhor. Isso tudo é, de uma forma muito estruturada, inserido no programa de empreendedorismo. Começa quando os alunos têm 13 anos de idade e isso estimula muitos os jovens, pois além de terem os conteúdos, eles também tem os desafios. Nosso modelo de educação é baseado no trabalho com projetos, então as disciplinas são inseridas quando você tem um projeto para solução de um problema de transporte urbano, por exemplo. Você estuda a história do transporte, estuda geolocalização, as ruas e avenidas de uma cidade, utiliza elementos da física para calcular velocidade, aceleração e frenagem de automóveis ou de outros veículos, você utiliza elementos de química para buscar combustíveis mais eficientes, matemática para entender a dinâmica de fluidos. Então tem uma série de atividades que são utilizadas e isso é muito importante. A inovação faz com que os jovens fiquem muito animados e já estamos preparando os profissionais do futuro dessa maneira também.

M&M – Quais são os desafios que os jovens enfrentam hoje em termos de empreender não só no sentido de criar negócios, mas ter iniciativas próprias e conseguir alimentá-las?

Krug – Vejo muitas oportunidades hoje do que desafios, pois as barreiras de inovação tem caído, o acesso a financiamento, a mentoria, as estruturas inclusive de abertura de empresas, tecnologias estão mais disponíveis, acesso à internet está mais disponível. Então, na verdade, temos uma grande oportunidade para que jovens estejam preparados e bem capacitados. Com a escola 100% envolvida nesse processo como um todo, faz com que os desafios sejam reduzidos. Alunos de diversas escolas do País trabalham juntos em projetos colaborativos e esses projetos podem se transformar em uma iniciativa que pode ser utilizada por uma Prefeitura, pelo poder público ou até serem investidas por investidores privados como nós temos no nosso programa de aceleração de ideias.

M&M – O que a geração entre 13 e 17 está trazendo em termos de diferencial e que deve ditar o futuro próximo?

Krug – A geração que temos hoje tem um arsenal de ferramentas superior a alunos de dez anos atrás, pois todos eles já são nativos digitais. Eles têm acesso a computational thinking, inglês fluente e outras línguas, acesso a coding, e arquitetam seus projetos com algoritmos. Essa geração que vai para a faculdade ou criar suas empresas em um futuro breve tem uma vantagem competitiva muito forte em relação às gerações anteriores. Entendemos que as novas gerações de pessoas nascidas em 2010, 2015 ou 2020 também vão ter uma vantagem competitiva enorme pois há novidades do currículo anualmente.

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