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Berners-Lee: “Como chegamos aqui e como consertaremos?”

Tim Berners-Lee e John Bruce, da Inrupt, criam código aberto para que usuários tenham controle sobre seus próprios dados

Amanda Schnaider
5 de novembro de 2021 - 7h47

O Web Summit, que voltou ao formato presencial este ano, acaba oficialmente nesta quinta-feira, 4. Para encerrar esta edição, marcada por debates a respeito do metaverso, inteligência artificial (IA), token não-fungíveis (NFTs), economia dos creators e publicidade, a organização convidou Sir Tim Berners-Lee, criador da World Wide Web (WWW), em 1989, e atual cofundador e CTO da Inrupt, e John Bruce, CEO e confundador também da Inrupt, para falarem sobre o que deu errado na internet criada por Tim e o que os líderes e empresas mundiais podem fazer para ajudar a construir a nova web.

Sir Tim Berners-Lee, cofundador e CTO da Inrupt, e John Bruce, CEO e confundador da mesma empresa, discorreram sobre o problema da internet atual e qual será o seu futuro (Crédito: Reprodução/Web Summit)

Apesar de a internet ter se tornado um dos grandes motores para o progresso social e econômico da história, parte dela não saiu como o esperado por Tim. Essa parte é o uso de dados. “Claro que a internet continua oferecendo um valor maravilhoso e liberdade para as pessoas em todo o mundo, mas, recentemente, foi sobrecarregada por consequências que eu nunca quis”, comentou o “pai da internet”. Ele ainda indagou: “Como chegamos aqui e poderemos consertar?”. Bruce, CEO da Inrupt, entende que há um senso de responsabilidade e urgência em responder a pergunta de Tim. “As decisões que tomaremos nos próximos meses, como desenvolvedores, corporações, governos e cidadãos, definirão o próximo passo da internet”, completou.

Tim ainda reforçou que, apesar de a internet ter sido criada pensando na colaboração de pessoas a distância, não houve a implementação das ferramentas necessárias para lidar com a segurança de dados. O CTO enfatizou que, com a comunicação, aconteceu algo similar, ao não se considerar a disseminação de discurso de ódio e de desinformação. “Ao invés de competirem pela qualidade de seus produtos, algumas empresas começaram a focar no quão bem poderiam prever cada passo nosso. O resultado foi essa grande base de dados, na qual o ganhador é aquele que consegue fluir a maior parte dos dados, e o perdedor é todo o resto”, disse. “Tudo isso significa que os nossos dados estão presos em sistemas que nós, cidadãos e consumidores, não podemos controlar”, complementou. 

Para tentar corrigir esses problemas, Bruce e Tim, por meio da Inrupt, criaram o Solid, projeto de código aberto que pretende dar total controle aos usuários sobre os seus dados. Basicamente, o Solid funcionará da seguinte maneira: cada pessoa terá o seu Solid POD, onde poderá armazenar seus dados e compartilhar o que quiser quando solicitados por serviços de internet. “Temos a tecnologia para compartilhar [os dados] com segurança. Temos as ferramentas para colocar as pessoas no controle de seus próprios dados e para permitir que organizações e desenvolvedores acessem esses dados quando permitirmos, quando isso nos beneficiar. É bom para o indivíduo e é igualmente valioso para a organização”, afirmou Bruce. O CEO ainda garantiu que é possível disponibilizar essa tecnologia para milhões de pessoas, ainda que a velocidades diferentes para empresas e pessoas.

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