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Assim caminha a humanidade de mãos dadas com a tecnologia

Big five da techs subiu ao palco para parabenizar a Europa pela linha de atuação que está seguindo na defesa da privacidade


4 de novembro de 2021 - 13h10

(Crédito: Shutterstock)

Passamos a vida lutando por liberdade, mas acompanhando as diversas talks do Web Summit 2021 algo começa a ser ponto comum nas discussões, a necessidade de regular as inúmeras tecnologias que impactam os nossos futuros.

Não estou falando de órgãos governamentais, teóricos do caos, ou qualquer teoria conspiratória, estou falando dos próprios líderes da indústria, seja nas Big techs ou no mercado empreendedor.

A Europa sempre foi vista como linha dura nas políticas de regulação, berço das leis gerais de proteção de dados, sede do palco do maior evento tecnológico que tem servido de amplificar para essa discussão, e que sempre foi posto em contraponto ao mercado americano, mais permissivo.

Porém o que vimos nesta edição foi um dos big five da techs subir ao palco e parabenizar a Europa pela linha de atuação que está seguindo na defesa da privacidade e na proteção de dados, mencionando inclusive que “em alguns lutar pela privacidade nos EUA foi um pouco solitário”.

Craig Federighi, CPO da Apple, muito questionada pela centralização dos downloads de aplicativos e de revisão por parte de humanos, por outro lado se defendeu mostrando dados da concorrência para comprovar que esta liberdade para todos abriu as portas dos fundos para os problemas de segurança, e justificou que isso a faz mais segura, e assim pode oferecer privacidade aos seus usuários.

Na mesma linha, Daniela Braga, uma das maiores referências em Inteligência Artificial, a frente da Defined.ai, comentou que “haveremos de chegar a uma Inteligência Geral Artificial, porque ninguém consegue impedir o desenvolvimento da tecnologia, é imparável, mas precisamos de criar limites e diretrizes para nós,
humanos, lidarmos com ela”.

Apenas como contexto, quando falamos de IGA estamos falando de uma tecnologia que trata da possibilidade de os assistentes virtuais desenvolverem a capacidade de compreender ou aprender qualquer tarefa intelectual desempenhada pelos seres humanos, por exemplo, e com base nisso, replicar comportamentos para solucionar
questões diversas. Isso pode até já parecer possível, além de assustador, mas uma plataforma de RPA, ou como comumente chamamos, os robôs, podemos estar a “tanto apenas a alguns anos, como a milénios” dessa realidade.

Hoje, a IA apenas “consegue correlacionar eventos, mas não compreende a causalidade” e não existe nenhum modelo que seja capaz de o fazer até ao momento. Daniela ainda nos trouxe que o desenvolvimento da IA ​​é lamentavelmente sub-regulado em todo o mundo e que o futuro da IA ​​está principalmente nas mãos das maiores economias do mundo – “já há uma corrida entre os EUA e a China, e é uma questão de recursos. Ambos os países estão investindo 70% dos recursos de IA nisso, com funções diferentes e acesso a dados”.

De olho nesta disputa, os Emirados Árabes Unidos têm o seu Ministro de Estado para Inteligência Artificial, Economia Digital e aplicações de Trabalho Remoto. O Omar Al Olama esteve presente no evento e comentou que “está cada vez mais difícil entender para onde a tecnologia caminha, e que um problema para a humanidade é que cada vez menos os governos e empresas trocam suas culturas e aprendizados entre si.

Podemos não saber para onde caminha, mas com certeza são essas empresas e governos que estão desenhando os nossos futuros e cabe a nós estarmos atentos e participativos.

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