Meio&Mensagem

3 de novembro de 2021 - 15h58

Quando se fala de qualquer tipo de encontro com desenvolvedores de alta tecnologia, a imagem que se cria é de um público majoritariamente masculino. O Web Summit está aí para provar que isso mudou ao anunciar que mais da metade dos participantes desta edição do evento é composta por mulheres. Segundo a organização, o número atinge 50,5% entre desenvolvedoras, investidoras e empresárias nos mais altos níveis da tecnologia e em diversas áreas. Não por acaso no dia 19 de novembro será comemorado o Dia Internacional do Empreendedorismo Feminino.

Ao transitar pelos corredores do evento a visitar stands ou a ouvir alguns dos mais de 700 oradores, confirmamos a relevância da presença feminina em todas as áreas. Alguns dos principais investidores, como a indiana Reshma Sohoni, da Seedcamp e Sarah Kunst, da CleoCapital são mulheres que podem transformar ideias em unicórnios
com uma assinatura – ou um clique – a ativar seus fundos de investimentos.

A atriz Amy Poehler, fundadora da organização “Amy Poehler’s Smart Girls”, foi uma das atrações no evento e falou sobre o empoderamento feminino. A editora da Vogue, Versha Sharma perguntou o que ela gostaria de ver nessas jovens de hoje que serão líderes do amanhã e a resposta dela foi perfeita: “Tudo o que eu acredito ser interessante está limitado à minha própria experiência. O que eu realmente acho sensacional é que a próxima geração de líderes desenvolve coisas que eu jamais imaginaria.” Poehler ressaltou que para isso acontecer elas só precisam de espaço.

Esse é um tema que me toca diretamente porque sempre trabalhei dividindo espaço com lideranças femininas que ajudaram a impactar diversos projetos e até mesmo minha carreira. Recentemente fizemos a aquisição de uma empresa no Brasil, a Chiligum, que irá enriquecer de maneira robusta o nosso portfólio e complementará o
processo de inteligência criativa que oferecemos aos nossos clientes. Essa empresa de sucesso foi fundada e conduzida por uma jovem brasileira que agora fará parte do nosso time em posição de liderança.

Tivemos diversas outras pautas que mantiveram fervilhando esse caldeirão de transformações em que viemos parar no pós-pandemia. Nada ali é feito para acalmar os nervos, tudo vem servido com doses de adrenalina. A ética nos algoritmos foi um dos temas com uma abordagem que questiona a liberdade de escolha pré-definida para que o usuário acredite estar tomando uma decisão já estabelecida. E para que esse processo seja eticamente transparente, a ideia é que desenvolvedores e engenheiros sejam responsabilizados por suas obras, tal como acontece na engenharia
civil do ponto de vista de segurança dos usuários de um edifício.

O e-commerce, que ganhou tanta força e se expande mais a cada dia, especialmente com ajuda de Inteligência artificial (IA), que teve papel de destaque em uma das talks. Hoje é possível comprar um produto pelo celular e recebê-lo em poucos minutos, seja num hotel, em casa ou num estádio de futebol. O que está por trás disso tudo é a IA.

Tudo aquilo que exija desempenho em escala jamais poderá prescindir dessa tecnologia. E não estou falando apenas de logística, a IA atua em todos os lugares a observar detalhes quase imperceptíveis que transformam o desempenho de uma marca.

Ela tem suas variáveis de aplicabilidade, como no caso da Alexa, da Amazon, que tem sido desenvolvida para atender de forma mais independente e intuitiva as necessidades das pessoas. Com o passar do tempo esse equipamento saberá a que horas deverá preparar o seu café, por exemplo, ou apagar as luzes da casa, regular a
temperatura ambiente ou colocar uma música que você gosta para ser ouvida. É a IA aprendendo mais sobre você e se adiantando às suas necessidades.

Mas como não podia ser diferente, o tema privacidade foi abordado pelo próprio Tom Taylor, CTO da Amazon, que lidera as equipes da Alexa e Echo e conta com uma legião de cientistas para desenvolver seus produtos com uso de Inteligência Artificial. Taylor ressalta que mesmo com toda essa inteligência, para se manter a privacidade o equipamento nunca deixará de possuir um detalhe que foi desenhado pelo próprio Jeff Bezzos quando fez os primeiros esboços do equipamento: o botão mute.

Além de todas essas informações relevantes que são transmitidas nas palestras, o que realmente faz a diferença é o contato, a aproximação, a troca de ideias e abertura de eventuais canais de negócios. O mundo fica mais rápido com essa sinergia e muito mais esperto. O avanço da liderança feminina é prova disso.