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Chris Cox, da Meta:”Não construiremos o metaverso sozinhos”

Chris Cox, diretor de produtos do Facebook (agora Meta), respondeu às denúncias de Frances Haugen, ex-funcionária da companhia

Amanda Schnaider
3 de novembro de 2021 - 16h00

Chris Cox respondeu às falas de Frances Haugen, ex-funcionária do Facebook que vazou documentos internos e que esteve na abertura do Web Summit 2021 (Crédito: Reprodução)

Antes de iniciar sua conversa remota sobre o metaverso com Chris Cox, diretor de produtos do Facebook (agora Meta), Nicholas Carlson, editor-chefe da Insider, colocou o dedo na ferida da empresa. Carlson perguntou ao executivo qual era sua resposta ao que foi dito por Frances Haugen, ex-funcionária do Facebook que vazou documentos internos da empresa de Mark Zuckerberg e que esteve presente na abertura do Web Summit. Cox respondeu afirmando que tem sido um momento muito difícil para a companhia, que tem feito esforços para garantir a segurança das pessoas, tanto com investimentos de US$ 5 bilhões quanto com os mais de 40 mil funcionários que têm trabalhado nisso. “Não somos perfeitos. Sabemos que temos melhorias a fazer. Mas essas são questões que levamos muito a sério e estamos comprometidos em acertar”, completou.

O executivo ainda enfatizou que é muito importante empresas como a Meta (novo nome do Facebook Inc.) falarem com a mídia e com o público diretamente. Apesar disso, Cox entende que é preciso ir além só das conversas e realmente entrar na ciência dessas questões que envolvem a segurança dos usuários nas redes sociais. “(Temos que) Falar seriamente sobre cada uma dessas questões: O que é discurso de ódio na internet? O que é inaceitável ou não? São muitas perguntas e, para cada uma delas, nem sempre há a resposta certa, mas há uma resposta que tem transparência, que pode ser auditada e amparada por legisladores e terceiros. Essas são as zonas a que esperamos ver a empresa chegar nos próximos anos. Não sozinhos, mas com todo o setor e os legisladores”, afirmou. Cox também reforçou que é importante devolver o poder para as pessoas em todos os níveis da empresa, tanto na interface com os usuários, na qual podem ter mais controle, quanto no nível de governança. “É por isso que montamos o conselho de supervisão”. “Esse é o tipo de coisa que acredito que precisamos fazer. É sobre dar poder para outras instituições criarem algum tipo de regulamentação. É por isso que estamos pedindo por regulamentação, especialmente em áreas de aplicação de padrões de conteúdo, onde seria bom ter esses padrões e leis”, complementou.

Metaverso
No meio do painel, a conversa se voltou ao seu tema original: o metaverso, conceito que tem sido bastante abordado pela indústria, principalmente pelo próprio Facebook, o que, inclusive, motivou a mudança de nome para Meta. Para Cox, um jeito fácil de entender o que é o metaverso é pensar que a internet está deixando de ser plana, na qual as pessoas se conectam com outras através de pequenas caixinhas que cabem em seus bolsos.

Ao ser questionado por Carlson sobre como a versão “cartoonesca” do metaverso da Meta que foi apresentado nesta semana — chamado de Horizon Workrooms — poderia não passar uma visão séria dessa nova tecnologia, Cox respondeu que o metaverso não vai “começar pelas conversas sérias”. E reforçou: “Não é para todo mundo hoje, mas estamos achando as primeiras experiências muito empolgantes, e serão muito boas.”. O executivo ainda enfatizou que todas as novas tecnologias começam com versões mais simples.

A plataforma da Meta, de acordo com Cox, é melhor do que uma videoconferência porque é possível ver a linguagem corporal da outra pessoa e é possível que as pessoas falem uma se sobrepondo às outras, sem as interrupções muito comuns nas videoconferências. “O que estamos fazendo ao começar a conversa sobre o metaverso agora é ter uma indústria ampla. Não vamos construir o metaverso sozinhos. Vai ser algo que emergirá, provavelmente, como a internet surgiu. O que significa que haverá certos padrões e protocolos”, disse.

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