Integração corporativa é essencial no marketing em redes sociais
Maggie Lower, CMO da Hootsuite, ressalta importância de ter colaboradores como porta-vozes de suas marcas
Maggie Lower, CMO da Hootsuite, ressalta importância de ter colaboradores como porta-vozes de suas marcas
Thaís Monteiro
2 de novembro de 2021 - 9h33
Mesmo que as redes sociais já representem um canal de comunicação e vendas importantes na estratégia de marcas, elas ainda são vistas com certa reserva. Em entrevista à Martina Fuchs, correspondente de negócios da Xinhua News Agency, Maggie Lower, CMO da Hootsuite, empresa responsável pelo aperfeiçoamento da gestão de mídias sociais, fez questão de relembrar que o marketing em redes é para todos, experimental e um trabalho integrado.
De acordo com a executiva, 75% dos compradores B2B e 82% dos executivos C-levels estão presentes em redes sociais. Assim, a presença e estratégia nesses canais não deve ser reservada aos negócios B2C ou a percepção de que elas só servem às marcas mais modernas e provocativas. Porém, essa abordagem corajosa das marcas mais edgy deve ser adotada, pois as redes sociais são espaços de testes. “Se você não estiver testando agora, você vai estar para trás daqui a 18 meses”, afirmou no segundo dia de Web Summit.
Isso não significa que é importante estar em todas as plataformas, mas sim entre duas ou três que fazem mais sentido na estratégia da marca, nas quais o time se sente seguro e onde a audiência está presente. “Se você reunir sete profissionais de marketing, eles vão ter 17 KPIs diferentes. O TikTok ajuda no awareness, por exempl. Você tem que pensar no outcome de alimentar todas e se vale a pena”, indicou.
Outra recomendação vista com maior frequência nos últimos anos é engajar os colaboradores como parte da marca. À isso Maggie deu o nome de “employee advocacy”. No Brasil, observamos isso quando a Nestlé recrutou colaboradores para serem os embaixadores de 30 de suas marcas no TikTok ou em campanhas cujo protagonistas são funcionários da empresa comunicadora.
Nessa seara, é importante ter uma integração entre áreas. “O social não é só para o time de marketing, temos que olhar para o atendimento ao cliente e dialogar entre áreas”, disse. Isso inclui ter respostas comuns respondidas em publicações nas redes sociais e em tempo real. A inteligência artificial pode ser uma parceira nesse tópico para perguntas mais simples, mas o componente humano não pode deixar de figurar na comunicação seja em respostas mais complexas ou para dar uma melhor experiência de atendimento ao consumidor.
Um dos pilares do uso de social media, os influenciadores, vivem uma mudança na profissão, disse a executiva. Esse movimento é a transformação do marketing de influência para a creator economy. Segundo suas projeções, o futuro da comunicação com influenciadores será de parcerias mais cocriativas, com maior interação entre as partes e qualidade do produto final. As publis pelas publis e os formatos tradicionais devem perder relevância.
Dentre as lições que a pandemia trouxe à empresa e à Maggie enquanto profissional, ela cita duas: de que é possível construir relações fortes à distância e que, para isso, é necessário ser atencioso, autêntico e ressoante na comunicação para atrair a atenção intencional do usuário; e de que será necessário um esforço maior para convencer o público a sair de casa para vivenciar experiências externas, já que os usuários descobriram mais coisas que são possíveis fazer de casa e as tecnologias avançam para isso, como o metaverso. Assim, vai ser importante garantir a segurança e exclusividade em eventos presenciais.
Quanto a privacidade, a executiva opinou de que a conversa deve partir das empresas nativas, mas que os demais players que trabalham com social media estão investindo em recursos para garantir a segurança e privacidade de seu público-alvo.
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