A sustentabilidade por trás da desconexão é luxo
Como em tempos de máquina, de pensar e se preparar para o futuro, a desconexão é luxo
Como em tempos de máquina, de pensar e se preparar para o futuro, a desconexão é luxo
12 de novembro de 2019 - 16h05
(Crédito: Iankogal/istock)
Em tempos de conexão e na procura por ela, encontrei a relevância da desconexão. Encontrei a relevância da sustentabilidade em um sentido mais amplo: de fora para dentro, mas de dentro para fora também. Uma sustentabilidade que vai além. Sim, além do planeta. Uma sustentabilidade que se volta para o humano. Como uma profissional que busca referências para poder desempenhar meu papel e criar relações verdadeiras na interação com o cliente, vi a importância da desconexão nessas relações. E como ela soa um luxo nos tempos de hoje. Vi exemplos. Interagi com eles. Vi como ela pode ser simples.
A Porsche deu um show neste sentido. Com uma mensagem rápida, clara, porém super conectada com os temas do momento, surpreendeu com sua experiência de marca no evento. Mesmo em um local, no qual buscamos intensamente mergulhar em um conteúdo denso, foi possível desconectar de forma surpreendente. Mesmo que ainda na busca da tecnologia, percebi, por meio de uma experiência, que acalmaria pode potencializar ainda mais as decisões do futuro.
De longe, avistávamos um o tecido preto. Como uma cortina de teatro. Por dentro, um local pouco imaginável e super tecnológico. Trazia o mote: “Next Visions. Change the game, create tomorrow”. Lá, acalmei. Potencializei tudo o que aprendi em uma sessão de mindfulness. Quando questionada a conexão com a marca, a resposta foi “nosso objetivo é proporcionar um momento de luxo para os nossos clientes e visitantes do Web Summit”. Era possível ainda escolher entre compartilhar ou não aquele momento entre uma sessão individual ou em grupo. O chão macio, não apenas me abrigou, mas aconchegou todos a minha volta. Foi um momento oportuno de potencializar, acomodar tudo que estava vivendo. Desconectar do ambiente para me reconectar na sequência.
Sai de lá com energias carregadas. Foi um oásis em meio ao caos — uma experiência sensorial, que pode ser replicada no meu dia a dia e de todos que me rodeiam. Percebi que aquele mindset por trás da experiência estava entrelaçado com tudo que ouvi de sustentabilidade — a desconexão em um tempo de hiperconexão. Só assim conseguiremos ser sustentáveis. Sustentáveis em um sentido amplo. Em um sentido humano. E a meditação proporcionada pela experiência não estava apenas alinhada com a sustentabilidade, tema tão presente e intenso nas discussões do Web Summit, mas ela fazia parte dele como uma forma de mostrar como em tempos de máquina, de algoritmos, da inteligência artificial, podemos ainda ser humanos. Como em tempos de máquina, de pensar e se preparar para o futuro, a desconexão é luxo.
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