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O que realmente importa

Web Summit é um grande evento que ainda precisa encontrar sua identidade e que história contar


11 de novembro de 2019 - 19h46

(Crédito: divulgação/ Monica Puga)

O primeiro dia de Web Summit foi intenso. Espaço gigante, muita gente, muitos palcos, muitos estandes. Primeiro pensamento: como dar conta de tudo e organizar os horários apertados, administrar o deslocamento entre os palcos e absorver a quantidade de informação?

Em meio a tanto planejamento, parei para assistir à apresentação de Graham McDonnell, diretor criativo da agência in-house do The New York Times. Ele falou sobre storytelling e trouxe reflexões necessárias sobre como as marcas levam o que querem dizer até a audiência, o que me fez refletir sobre o próprio evento.

Graham questiona se, devido a quantidade de ferramentas que temos disponíveis hoje, não estaríamos priorizando o formato em detrimento do conteúdo da mensagem que queremos passar.

O formato é de grande importância, mas se ficamos reféns dele, a mensagem se enfraquece e a atenção se dispersa. Graham faz uma interessante analogia sobre crianças pequenas que não querem comer legumes e verduras, quando as oferecemos do jeito que são pouco atraentes e facilmente rejeitadas. Entretanto, se experimentamos fazer um suco, talvez nossa mensagem seja melhor aceita e digerida nesse novo formato.

É isso que devemos procurar fazer: entender o conteúdo e procurar contar uma história relevante antes de pensar em como vamos falar sobre ela.

Ironicamente, de alguma forma a experiência do Web Summit parece com o que foi apontado por Graham. É um bom evento, mas fico na dúvida se está no melhor formato que poderia. A quantidade excessiva de painéis de curta duração torna as discussões um pouco superficiais. Algumas palestras devem ter um tempo maior para que a mensagem seja transmitida e reflexões tenham tempo de ser feitas.

Inclusive, o próprio Graham trouxe à tona um erro comum das marcas, que é posicionar-se como um herói pronto para salvar sua audiência. Comparando o nosso universo da comunicação à saga Star Wars, ele faz uma provocação ao apresentar a audiência como os personagens Leia e Luke e sugerir que as marcas sejam o Yoda, guiando os dois para uma melhor experiência.

Seguindo esse raciocínio, como audiência do evento, senti falta de ser guiada para um maior aprofundamento das questões ali discutidas. Talvez o formato tenha falado mais alto que o conteúdo e, por conta disso, a oportunidade de estar lá, absorvendo todas aquelas informações, num lugar incrível como Lisboa, poderia ter sido melhor aproveitada.

“We need to stop interrupting what people are interested in, and be what people are interested in”— Craig Davis.

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