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Trend Hunting @Web Summit – Episódio #3

A obsessão tem que estar na criatividade e na inovação, sempre com o sonho de servir melhor o público, colocar o cliente como prioridade


8 de novembro de 2019 - 16h50

(Crédito: Reprodução)

No terceiro dia de Web Summit ouvimos, mais uma vez, conteúdos incríveis na voz de personalidades marcantes como Sir Martin Sorrell (S4), Fernando Machado (Burger King), Jane Wakely (Mars), Brian Whipple (Accenture Interactive), Ben Sutherland (Diageo), entre tantos outros. Depois tivemos Margrethe Vestager (European Commission), e claro, o impactante Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.

No final deste Web Summit, e tentando fazer um resumão do que de mais relevante levo de Lisboa dessa semana, destacaria o seguinte:

# On Data
Ficou claro durante as várias intervenções que o tema privacidade de dados está sendo levado a sério pelos novos players e pelos menores players de todo o ecossistema, e que se torna necessário que, a regulamentação liderada pelo movimento GDPR Europeu, seja implementada de forma a regular o grupo das big tech. Por seu lado, existe uma noção de que as big tech não são um problema por serem “big” e que, no limite, a sua fragmentação poderia gerar mais e mais complexos problemas nesta fase.

Ficou claro também que as big tech não vão parar de testar os limites por meio de inovação e ampliação do ecossistema, como são exemplo o movimento Libra do Facebook e os mais recentes lançamentos do Google e a invasão dos voice-assisted devices.

Como resumiu de forma brilhante Vestager: “It’s not you searching Google, it’s Google searching you. You’re the product”.

# On Tech
Ao longo destes dias tive oportunidade de ser impactado, por pitches, demos, experiências imersivas, da tangibilização de AI, VR, AR, ML, DL e todas as buzzwords do momento. A velocidade de chegada ao mercado e de corrigir erros, pivotar, testar de novo e escalar está crescendo muito.

Uma nota dominante descrita por vários protagonistas do Web Summit foi que a tecnologia não será diferente dos primeiros machados, facas, ou máquinas da primeira e segunda revolução industrial, haverá sempre utilizadores do bem e a turma do mal que utilizará para fins terríveis, criminosos, fora da lei. Na quarta revolução industrial não será diferente.

O que ficou claro para mim é que tech, por si, é muito irrelevante e pode morrer em muitos labs lotados de gente brilhante. Em alguns dos negócios falta alma, objetivo, relevância e valores. Esse foi, aliás, um dos pontos levantados pelo Brian Whipple: quanto dessa tecnologia está orientada por causas, para debelar os principais desafios ainda impostos à sociedade? Quantos desses projetos são de fato relevantes, ou são apenas tech-driven para micro nichos? E isso leva-me ao último ponto.

# On Marketing & Culture
Falou-se muito nesses dias do futuro do marketing, das marcas, dos CMOs. Conforme foi testemunhado por inúmeros casos de enorme sucesso, a essência do marketing não mudou em nada, continua a existir o bom e o mau, mas o que os diferencia continua sendo igual.

# Authenticity & Trust
Esta continua sendo, cada vez mais importante, a alma, o DNA das marcas relevantes, que engajam seus públicos, que têm um propósito, uma missão, valores transparentes, e que no final do dia, merecem a sua escolha. A tecnologia, as inovações e os métodos que serão utilizados no processo tratam-se de implementação e otimização, mas não podem constituir o início da discussão. A tecnologia é uma facilitadora e não o fim em si.

Está hoje muito claro que errar não é o oposto de sucesso, mas sim a base do sucesso. É fundamental criar uma cultura de erro e aprendizagem, de risco e experiência. Ninguém acorda de manhã com garra para fazer um MVP (minimum viable product), pelo amor de Deus! A turma quer acordar para dar um pontapé na Lua. Depois, no final do dia, sairá o factível, mas o sonho tem que estar lá. Como foi dito várias vezes, os pessimistas nunca conseguem concretizar nada, e não são nem mais felizes!

A obsessão tem que estar na criatividade e na inovação, sempre com o sonho de servir melhor o público, colocar o cliente como prioridade. O que mudou bastante é o conhecimento. Hoje você não pergunta mais para o seu consumidor o que ele quer, pois muitas vezes ele não vai saber te responder (muito menos nas fórmulas condicionadas e enviesadas dos métodos de pesquisa tradicionais). O que existe hoje é uma obsessão pelo conhecimento orientado por dados, de comportamento, de experiência, de observação, de big data trazendo informação relevante. Dados first-party têm um papel fundamental aqui.

Assim, o marketing, os CMOs e as marcas estão mais vivos que nunca quando sabem ser obcecados por conhecimento, respeitam suas promessas, são autênticos e conseguem obter a confiança dos seus consumidores.

Foi incrível ter vivido esses últimos dias num laboratório vivo, gigante, de escala e representação mundial, onde a diversidade, respeito, tolerância, riqueza de debates e construção de ideias foram uma realidade viva, acontecendo a cada canto.

Forte abraço e até 2020.

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