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O nosso papel empreendedor na sociedade

Executivos no Web Summit reforçaram a importância do impacto positivo na sociedade na revolução industrial e tecnológica


8 de novembro de 2019 - 18h50

 

(Crédito: Ian Schneider/Unsplash)

Fim do Web Summit 2019. Ontem à noite o fluxo de pessoas apressadas conduzindo suas malas de rodinhas em direção ao aeroporto era um indício claro: acabou. Foram quatro dias realmente intensos, alguns quilômetros andados diariamente entre um estande e uma nova palestra. Mais de 50 cartões trocados, muitas ideias e alguns pastéis de nata.

O evento marcou e algumas falas ainda ecoam:

– O presidente da Microsoft, Brad Smith, fez uma reflexão sobre o legado da última década e o que marcará esta que se inicia em 2020. Tema corrente de muitas palestras, também investiu um bom tempo falando sobre o inevitável avanço de novas tecnologias preservando os “valores universais”;

– Tony Blair, ex-primeiro ministro britânico, destacou que “ninguém pode ser deixado para trás” nesta revolução industrial. Desta vez, change makers e policy makers devem andar lado a lado, sem cair na mesma armadilha que foi a demora quase secular dos governos em regular os impactos da indústria na sociedade;

– A relação entre o social e a indústria também foi um tema abordado por Sir Martin Sorrell, fundador do grupo WPP e hoje investidor chave do S4. “Pouco importa se você é uma big tech ou uma big qualquer, você precisa ter impacto positivo na sociedade. Propósito não é um powerpoint. Propósito é tomar decisões de longo prazo, equilibrando a força de escala com responsabilidade social. Interna e externa”.

Puxando na memória, Brian Collins, diretor de criação da agência Collins, falou no primeiro dia de evento sobre a mudança de sintaxe nas grandes corporações ao longo da década findada. Passamos da fase go big no início dela, transitando pela go MVP pela metade da década, chegando, finalmente, ao go purposeful. “Sem impacto positivo não há razão de existir”, nas palavras dele.

Nós sabemos que a tecnologia veio para transformar, mas qual benefício para nossa sociedade? Se as grandes companhias têm o poder de moldar uma sociedade, então, qual o papel de governos e órgãos reguladores? Há uma mudança esperada e necessária no convívio desta tríade sociedade, governos e empresas – a considerar que a primeira empresa de dois trilhões de dólares está para chegar (tendo o mesmo PIB e força de uma Alemanha).

Daqui de Lisboa parto para uma semana de férias. Há muito para digerir. A presença num evento com esta magnitude traz uma mesma reflexão para todos os atores de nossa sociedade: qual a sua contribuição? Tony Blair, que sempre foi otimista com o futuro, destacou como iniquidades históricas podem ser resolvidas, ou, pelo menos remediadas pela sociedade da transformação.

Estamos, de fato, vivendo a nova revolução industrial. E ela é bem maior do que techs ou big techs. Ela é uma revolução social.

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