Publicidade

Trend Hunting @Web Summit – Episódio #2

Um dia cheio de lugares comuns, menos impactante que o primeiro dia, mas ainda assim bastante inspirador


7 de novembro de 2019 - 11h12

(Crédito: David Fitzgerald/Web Summit)

No final do segundo dia da Web Summit, se tivéssemos que nomear alguns duelos interessantes de argumentação e confronto, ainda sem claros vencedores ou vencidos, alguns deles seriam:

⁃ Ecologia e ambiente x diversidade e inclusão
⁃ Crescimento como objetivo x margem e rentabilidade
⁃ Valuation x Lucros e Ebitda
⁃ Investidores/investimentos x Sócios
⁃ Criatividade x Inovação
⁃ Machine Learning x Machine Teaching
⁃ Artificial Intelligence x Artificial General Intelligence

Passando agora brevemente pelas notas fortes de alguns dos conteúdos que tive a oportunidade de assistir:

– Can anything be private anymore: Um painel quente com presença de Brittany Kaiser, que fez explodir o caso Cambridge Analytica. Uma indústria de trilhões de dólares baseada em dados. Você não terá sua privacidade de volta se tiver criado um perfil no Facebook antes de 2015, simples assim. Trata-se, portanto, de proteger os novos dados. O único caminho passa pela legislação e regulamentação, mas com a tecnologia do lado, e não contra. Devem ser aplicadas multas tangíveis, além de realizada a conscientização do público. Hoje já existe uma consciência maior, mas estamos apenas no início.

– The promise and peril of the digital age: Brad Smith, presidente da Microsoft elenca as tendências para a próxima década, que incluem a aplicação de computação quântica aliada à tradicional; uma explosão de dados; a chegada da tecnologia 5G; o estabelecimento da ambient computing (ou computação ubíqua) e a evolução da inteligência artificial forte. Brad comenta que nesta era de ansiedade, é essencial preservar valores atemporais à medida em que a tecnologia segue se desenvolvido. Ele conclui que, desde o princípio dos tempos, tudo pode ser usado para o bem ou para o mal, e com a tecnologia não é diferente.

– None left behind: Tony Blair disse que o Brexit tem sido uma enorme distração das coisas que realmente interessam, nomeadamente das oportunidades e desafios que a tecnologia trazem.
Falou ainda que é fundamental acertar na regulação, com a consciência que no caso das redes sociais, uma vez que ganha viralidade, a realidade ultrapassa a regulamentação. Tony Blair considera que existe um enorme desconhecimento dos políticos em geral de temas tecnológicos, o que dificulta muito a efetividade dos processos. Para terminar, deixou uma mensagem de apelo a uma união das democracias liberais dos EUA e Europa na construção de um framework tecnológico que faça sentido, nomeadamente para fazer face à China.No campo político, deixou ainda um alerta de que o populismo, qualquer seja ele, sempre explora o pessimismo.

– Ouvimos falar também do 3D em tempo real, que está revolucionando a forma de jogar online, bem como a capacidade de prototipar e de efetuar pesquisas. Ouvimos falar de mais e mais telas, dependendo do contexto e das necessidades, com um grito de alerta que o laptop mudou muito pouco nas últimas duas décadas.

– A Penrose Studios mostrou como AR, VR e AI ajudam a humanizar as relações com os “virtual beings”, ou “seres virtuais”, quer seja no mundo da animação cinematográfica, quer seja na publicidade ou em conteúdos em geral.

– Tencent e Lilium Aviation trouxeram o sonho dos carros voadores, prometendo para 2025 a chegada dos primeiros modelos ao mesmo custo de um táxi e com um custo de energia por passageiro inferior ao carro elétrico.

– Maggie Stanphill, Diretora de User Experience da Google tornou evidente que os comandos de voz devem superar a escrita (voice over typing).

– A Hanson Robotics trouxe de novo a Sophia, que nos apresentou seu irmão Philip, interagindo ambos com a plateia em sua caminhada para a humanização. Existe ainda um longo caminho de treino e ensino para que essa aproximação se efetive.

– Marketing 2020: Vimos os desafios lançados pelos CMOs convidados (Burger King, Lamborghini e Weber Shandwick) como pontos comuns. Temos a certeza de que a criatividade é a mais forte vantagem competitiva e que a autenticidade, conhecimento profundo do público e uma conexão digital sustentada em dados é fundamental para se manter relevante. Ao longo da cadeia de valor é importante ter processos com a menor fricção possível para o consumidor.

– How we will arrive in 2025: Soluções de mobilidade de acordo com as necessidades específicas, um mundo com menos posse de veículos e mais utilização de acordo com a experiência pretendida. Os chamados purpose vehicles, ao que se pode adicionar uma dimensão de partilha, abrindo novos mercados potenciais gigantes. Unânime, o fato do fantasma assustador dos self driving cars tem servido como dínamo de inovação de todos os players na procura de se manterem relevantes. Acreditam que os self driving trucks chegarão primeiros que os carros.

– The upside of obsession: Ouvimos testemunhos de vencedores em várias áreas, desde o esporte até a fotografia, passando pelo mundo corporativo, testemunhando que saber aproveitar as oportunidades com muita resiliência, persistência, trabalho muito duro, e sim, uma pitada de sorte, foi o que fez a diferença no percurso deles. Ao fazerem o que gostam, não encaram como trabalho mas sim como prazer e missão. A obsessão vem, num primeiro momento, do desejo de conquistar algo, mas persiste mesmo depois de atingir metas importantes por ser algo encarado como paixão, não como trabalho. Sublinharam que as oportunidades apenas geram resultados se nos encontrarem extremamente preparados para as aproveitar, e isso dá muito trabalho.

Um dia cheio de lugares comuns, menos impactante que o primeiro dia, mas ainda assim bastante inspirador. Sigo ansioso pelo terceiro e último dia desta edição do Web Summit.

Publicidade

Compartilhe

  • Temas

  • Brad Smith

  • brittany kaiser

  • maggie stanphill

  • tony blair

  • burger king

  • cambridge analytica

  • facebook

  • google

  • hanson robotics

  • lamborghini

  • lilium aviation

  • penrose studios

  • tencent

  • weber shandwick

  • 3d em tempo real

  • 5g

  • criatividade

  • diversidade

  • ecologia

  • inclusão

  • inovação

  • inteligência artificial

  • machine learning

  • web summit 2019

Patrocínio