Meio&Mensagem

7 de novembro de 2019 - 18h41

(Crédito: Elenabs/iStock)

A tecnologia é ​uma força​ com polaridades diferentes, e esses primeiros dias de ​Web Summit as trouxeram à tona​.

A abertura iniciou com Edward Snowden questionando o lado sombra da tecnologia. “O que você faz quando as instituições mais poderosas se tornam as menos confiáveis para a sociedade?”, indagou o maior delator de todos os tempos. Para ele, a tecnologia amplifica o poder e no nosso cenário isso proporciona uma concentração de poder enorme na mão de poucos.

Esse poder se torna cada vez mais abusivo quando se trata da coleta e exploração de dados. Dados não são abstratos. Dados são pessoas! E nesse caso, não são dados sendo explorados e sim, pessoas. Na visão de Snowden, o problema não são as leis de proteção de dados, mas como é feita a coleta de dados.

Na sequência, o lado luz da tecnologia foi surgindo. ​Ronan Dunne,​ presidente da Verizon, falou sobre o poder do 5G ​e como ele irá encabeçar a quarta revolução industrial​, sendo a plataforma que dará força à disseminação da IA (Inteligência Artificial) e da RV (Realidade Virtual). O executivo considera que essa será “a nova era de transformação”, tal como aconteceu com o surgimento da eletricidade.

​A revolução do 5G, além de aumentar a velocidade e reduzir a latência em níveis nunca antes vistos, tem alta capacidade de tráfego de dados e de conexão com muitos devices simultaneamente, dando vida à internet das coisas. Mas o que mais me chamou a atenção foi saber que o 5G necessita de muito menos energia, ou seja, causa um grande impacto positivo no planeta. Essa eficiência ganha grande escala na construção de smart cities e, consequentemente, de uma smart society.

Na visão da Microsoft, o 5G – e possivelmente 6G – transformará totalmente a sociedade nas próximas três décadas, juntamente com a computação quântica e o cloud, levando a IA para outros patamares, como IAG (Inteligência Artificial Genérica), que cruza diversas fontes, assuntos e especialidades. “A conexão virará 6G e estará tão presente em nossas vidas que não pensaremos nela diretamente”, comentou Brad Smith, presidente da Microsoft.

E todos eles concordam que com grandes feitos, vem grandes responsabilidades. As empresas devem assumir o seu papel e compromisso na construção de uma sociedade melhor. Será?

Entre o lado da luz e da sombra da tecnologia, eu confesso que não tenho a minha aposta. Meu lado otimista acredita que, se cada um representar o seu papel e colocar as pessoas e a sociedade em primeiro lugar, essa nova era será incrível!