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O dilema da humanização dos robôs

A humanoide Sophia voltou ao Web Summit, desta vez, com foco em explicar de forma didática seu funcionamento e sem um olhar apocalíptico sobre AI

Luiz Gustavo Pacete
7 de novembro de 2019 - 5h00

 

Uma das tentativas de Sophia, durante o Web Summit, foi mostrar que ela é capaz de ter reações “carismáticas” (Crédito: Web Summit)

A robô humanoide Sophia, criada em 2016 pela Hanson Robotics, tornou-se uma personagem de projeção internacional. Já deu dezenas de entrevistas, participou de um vídeo de humor com o ator Will Smith e recebeu o título de cidadã saudita. Um dos momentos mais marcantes da breve vida de Sophia foi quando, em entrevista ao programa 60 Minutes, em 2016, declarou que “robôs têm alma”. Até então, em suas participações e declarações, Sophia mais assustava do que esclarecia em relação ao tema da inteligência artificial.

Em seu retorno ao Web Summit, neste ano, o tema foi outro. Com o objetivo de trazer uma Sophia mais humanizada e “carismática”, a Hanson Robotics também introduziu o Phill, uma versão masculina de Sophia. Com algumas tentativas de ser engraçada e com um sorriso no rosto, Sophia explicou como funciona e admitiu que ainda possui limitações. “Ainda há muito que evoluir, minhas ideias e diálogos são desenvolvidos com a ajuda dos humanos que cuidam de mim”, afirmou. Dividindo o palco com Sophia e Phill, David Hanson, fundador da empresa, afirmou que ambos representam o desafio da humanidade em relação à inteligência artificial.

O executivo, que já trabalhou em empresas como a Disney, destacou a importância do cinema e da ficção para a evolução tecnológica, mas ressaltou a importância de que os robôs em suas versões evoluídas deixem de ser os estereótipos que a humanidade criou pelos filmes e passe a ser algo que crie uma identidade. “A inteligência da Sophia está em constante evolução e tudo isso ocorre por meio das interações que são feitas com ela. Isso ajuda a máquinas como ela entender o discurso humano e o uso de recursos de linguagens e contexto”, explicou. “Em alguns casos, eu respondo a questões sozinhas, mas em muitos outros a minha forma de responder está mesclada a expressões típicas dos humanos”, afirmou a robô.

 

Neste ano, Sophia foi introduzida ao Phill, sua versão masculina (Crédito: Divulgação Web Summit)

Sobre o lado prático de suas funções, Sophia apontou, de forma superficial, algumas utilidades: tornar a vida das pessoas mais práticas, realizar serviços que demandem processamento de dados e evitar problemas para os humanos. “A Mastercard, por exemplo, já usa inteligência artificial para combater fraudes”, disse. Fazendo uma espécie de mea-culpa de sua postura até aqui, em uma de suas últimas falas Sophia reforçou que se objetivo não é substituir nenhum humano, mas ser uma nova categoria. “Os humanos acham importante serem naturais e o meu objetivo sempre será ser artificial”, concluiu.

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