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Mobilidade é prioridade para quem no Web Summit?

Sabemos dos desafios de mobilidade enfrentados no Brasil, mas aqui em Lisboa, o assunto também marca presença e prova que a discussão está em alta no mundo todo e em todos os setores


7 de novembro de 2019 - 9h33

(Crédito: Eduardo Jurcevic)

Se no passado a preocupação com a mobilidade urbana partia dos cidadãos, dos gestores públicos e das empresas que atuam diretamente no setor – como as montadoras, empresas de transporte ferroviário e rodoviário –, vivemos uma reviravolta. Empresas que antes nunca se envolveram na discussão são as mais interessadas em garantir que carros, bikes, patinetes, e outros modais possam compartilhar o espaço público com os pedestres, trabalhadores e moradores. Na era do “e” e não do “ou”, a complementaridade gera receita.

O iFood, uma das principais foodtechs do mundo, disse: é preciso melhorar a eficiência logística para garantir a segurança e a satisfação dos motoboys. E como eles estão fazendo isso? Com a ajuda da tecnologia, é claro. Foi assim que explicou o Chief Data Scientist da empresa, Sandor Caetano.

A empresa desenvolveu seu próprio sistema de mapeamento utilizando inteligência artificial baseada em localização e análise de dados comportamentais dos restaurantes cadastrados. Dessa forma, os entregadores puderam reduzir o tempo de espera, circular de forma mais inteligente e aumentar os seus ganhos no fim do dia.

O próximo e audacioso passo do iFood é a entrega de refeições em São Paulo feita via robôs autônomos – especificamente os da Synkar, que são totalmente elétricos e ecológicos e que trabalham por até 12 horas. Pode parecer coisa do futuro, mas estamos falando de uma operação que já se inicia no ano que vem (ao menos dentro de shopping centers e condomínios).

Temos também o exemplo da Light, originalmente uma empresa de fotografia digital mobile. Fundada há cinco anos para obter imagens de alta resolução, depois realidade aumentada e virtual, atualmente ela está ensinando o carro autônomo a enxergar.

Baseado em princípios de geometria e sensação de espaço, o automóvel do futuro conseguirá enxergar melhor a uma longa distância do que o próprio olho humano, afirmou o CEO da empresa, Dave Grannan, no evento. Com o machine learning, será possível que os equipamentos de segurança ajam antes que algo saia do controle, e sabemos que o que fazer em situações de emergência é um grande entrave para que o carro autônomo deslanche mundialmente.

Enquanto isso, as novas as veteranas de mobilidade estão de olho em… mobilidade!

A Uber anunciou no palco do Web Summit a chegada dos patinetes em Lisboa. O lançamento ocorre via Jump, braço de serviços de mobilidade elétrica da empresa, após a saída de vários players desse mercado. Para atrair ainda mais pessoas, o custo será reduzido e os planos incluirão também as bikes elétricas que já circulam na cidade.

O Chief Product Officer da Uber, Manik Gupta, não escondeu a vontade que a empresa tem de ser um superapp. Considerando que o serviço já oferece transporte de passageiros, entrega de refeições e mercadorias, a Uber tem construído uma relação com o usuário que vai muito além da mobilidade, mas que ainda tem a mobilidade como elo principal para seu sucesso.

Já o Dr. Christian Knoerle, Project Leader Corporate Strategy na quase centenária fabricante de carros de luxo Porsche afirma que a escolha de um veículo da marca “é o que todos querem, mas ninguém precisa”. Em um debate polêmico, ele afirma que um carro de aplicativo pode sim ser a melhor escolha. Para o consumidor adquirir um carro particular, é preciso oferecer experiência. E para isso, a marca está descobrindo como traduzir emoções em uma nova mobilidade.

Pelo que vemos aqui, está claro que mobilidade vai além de pensar em meios alternativos de transporte. A afirmação é verdadeira, mas a maior parte mobilidade no mundo é feita pelos automóveis, como bem lembrou Nicolas Brusson, CEO da BlaBlaCar no evento. Sendo assim, para todas as empresas eficiência, sustentabilidade, rentabilidade, posicionamento e estratégia de marca também fazem parte desse universo, afinal tudo isso deveria convergir para uma melhor experiência e satisfação dos consumidores.

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