Meio&Mensagem

7 de novembro de 2019 - 11h29

“Para aqueles que nunca param de começar” (Crédito: Caio Simão)

A primeira palestra do palco PandaConf serviu como um soco na cara da realidade de milhares de publicitários espalhados pelo mundo. “Apenas fazer propaganda não é o suficiente” foi uma das primeiras de inúmeras frases poderosas ditas por Fernando, que mostrou como a criatividade agnóstica é arma mais poderosa do Burger King.

Não minto ao dizer que nós comunicólogos, marqueteiros ou como queira se intitular, estamos vivendo um cenário que ao mesmo tempo é desesperador e inspirador. As mudanças drásticas que acontecem de um ano para outro (talvez em um intervalo ainda menor) nos forçam a aprender e a enxergar o mundo dos negócios com novos olhares. A armadilha está em se apoiar às novas tecnologias e novos conceitos para transformar o mercado já existente. O desafio não é sobre mudar a ferramenta (a publicidade), mas sim moldar o nosso olhar sobre os desafios de mercado e das marcas e definir qual caminho e quais ferramentas são as ideais para alcançar os objetivos. Precisamos parar de encarar nosso trabalho como sendo publicidade ou RP, digital ou offline. E esse é um caminho sem volta.

Devemos usar as ferramentas e tecnologias para melhorar nossos serviços para os clientes (ou para os clientes de nossos clientes), não apenas por usá-las. A ferramenta ou canal deve ter um propósito – e quem o define é sua ideia, sua criatividade.

O CMO do Burger King encerrou seus 25 minutos de fala com cinco pontos que resumem muito bem as necessidades deste contexto e nos inspiram a encará-lo com um olhar positivo:

1. A criatividade tem o poder de transformar a realidade.

2. Se parece um anúncio, soa como um anúncio e cheira como um anúncio, provavelmente não é um bom anúncio.

3. Sem dinheiro, sem problemas.

4. Se adaptar e aprender.

5. O primeiro ou nada.

Pouco antes de encarar essa dura realidade, passei no estande do Google para pegar um café e vi um letreiro luminoso que demonstra perfeitamente o lema que devemos adotar nessa Era da Complexidade que estamos vivendo, “For those who never stop starting” (Para aqueles que nunca param de começar). Mais do que nunca devemos ter o poder de desapegar do velho e abraçar o risco do Novo.

É o fim da publicidade como a conhecemos (e eu me sinto bem com isso).