A nova métrica do mercado: retorno sobre confiança
Não se pode mais falar de propósito apenas pelo propósito. Ele precisa ter integridade, ou seja, sinergia entre causa e empresa, entre o público-alvo e suas opiniões
Não se pode mais falar de propósito apenas pelo propósito. Ele precisa ter integridade, ou seja, sinergia entre causa e empresa, entre o público-alvo e suas opiniões
7 de novembro de 2019 - 16h46
“O fracasso não é o oposto do sucesso. É a plataforma necessária para atingi-lo.” Foi com essa declaração de Arianna Huffington, co-fundadora do The Washington Post, que o investidor e lenda da publicidade, Sir Martin Sorrell resumiu o cenário atual do marketing e da comunicação neste último dia de Web Summit em Lisboa, Portugal.
A era que se inicia em tempos de Brexit, impeachment e muitas incertezas politico-econômicas tem tudo para ser a mais criativa e inovadora que esse planeta já viu. “Com cada vez mais restrição aos dados dos usuários, as marcas terão que usar um conteúdo de primeira qualidade para atingi-los”, disse Sir Martin. “E essa entrega, para ter sucesso, deverá ser mais personalizada do que nunca, porém em grande escala”. Não podemos mais nos esconder no tradicional. Conteúdo criativo é conteúdo digital, é conteúdo com analytics: é a hora da programática em seu melhor nível de sofisticação.
Mas de nada adianta ser criativo sem ter propósito. Até mesmo gigantes como a Accenture subiram ao palco para falar sobre esse tema. E até as conversas sobre marketing com influenciadores estiveram focadas em democratizar o mercado: a estratégia agora é a da “vendedora da Avon” — como classificou Natalie Salmon, da Harper’s Bazaar. É reconhecer o consumidor comum, ou “nano-influenciador” como mais novo canal influenciador do mercado, aquele que tem o poder de persuadir sua rede mais próxima de amigos e obter um resultado muito mais eficiente do que o obtido com celebridades. Mas qual é o segredo dos palestrantes para obter resultados de qualidade no influencer marketing? Ele mesmo, o propósito, que precisa ser o mesmo entre marca e criador, senão campanha nenhuma irá colar…
Não se pode mais falar de propósito apenas pelo propósito. Ele precisa ter integridade, ou seja, sinergia entre causa e empresa, entre o público-alvo e suas opiniões. E, um componente indispensável dessa combinação são os colaboradores, também declarados influenciadores de relevância das empresas para as quais trabalham. Em uma das poucas palestras com a presença de mulheres negras, Belinda Smith, global head of marketing intelligence da Electronic Arts, afirmou que a real diversidade está em compartilhar o poder da tomada da decisão, em todas as instâncias: “Nenhuma das empresas hoje é perfeita quando se analisa iniciativas de diversidade e inclusão. Mas agora o momento é de falar sobre o assunto e agir para mudar o cenário”.
O recado é claro: são tempos de transformação, a oportunidade é perfeita para mudar o que precisa ser mudado. Neste mercado inovador, fazemos coisas incríveis todos os dias. Mas será que estamos fazendo a coisa certa? Se a sua empresa não estiver, recomendo começar agora.
Veja também
A palavra que nunca foi dita
Entre FOMO, JOMO, enchurrada de buzzwords, legalzices, Aha’s! e as minhas tentativas de onipresença, me dei conta que uma palavra não deu as caras na Altice Arena: “concorrente”
Amigão, faz o simples
Depois disso sim, invente e reinvente para sempre. Posicione cada entrega como um produto. Arrisque, teste, erre, evolua, complique. E simplifique novamente