Próximo destino do food delivery: o céu
Manna, empresa de drones que fazem entrega de comida, diz que 2020 será ano de adoção da tecnologia pelas plataformas online
Manna, empresa de drones que fazem entrega de comida, diz que 2020 será ano de adoção da tecnologia pelas plataformas online
Isabella Lessa
6 de novembro de 2019 - 9h32
Para o CEO da Manna, Bobby Healy, empresa fabricante de drones voltados para o delivery de comida, o fim da entrega de alimentos está próximo e significa menos acidentes, mais sustentabilidade para o meio ambiente e para os negócios de uma indústria que está em plena expansão: pedidos online de comida hoje movimentam US$ 200 bilhões e, em dez anos, o montante deve saltas para US$ bilhões.
Apesar de as marcas que oferecem esses serviços serem ótimas e úteis para o consumidor – Rappi, Uber Eats, iFood –, Healy ressalta que ainda existem muitos problemas a serem contornados: 60% dos usuários dessas plataformas não estão satisfeitos porque esperam que, em média, seus pedidos sejam entregues em até 28 minutos, o que raramente acontece nas grande metrópoles. Com o intuito de fazerem um maior número de entregas, os entregadores desses apps dirigem mais rápido e o resultado é catastrófico: ano passado, em Amsterdã, 180 ciclistas foram para o hospital com ferimentos sérios. Na Argentina, foram 70 casos de acidentes. Em Cape Town, também em 2018, oito ciclistas de aplicativos morreram a caminho do serviço.
Segundo o executivo, cada entregador, de moto ou bicicleta, faz no máximo 2,2 entregas por hora na Europa e nos EUA, sendo que o valor da compra fica entre 10 e 20 euros. Desse valor, cinco euros vão para o funcionário que realiza a entrega. De acordo com Healy, essa parte humana da cadeia quebra o segmento, gerando custos tanto para as plataformas online quanto para os restaurantes.
A solução virá, então, do céu. A 80 km/h, o drone entregaria a comida em três minutos e o custo do serviço ficaria em US$ 1. Funcionaria desta maneira: o consumidor faz uma conta no serviço de drone e escolheria a “drop zone”, a plataforma verifica se o local escolhido é válido para a entrega aérea, o cliente escolhe a opção “deliver by drone” dentro do app de comida, o drone voa até o endereço, que não precisa ser residência, pode ser um carro estacionado em alguma rua, o restaurante coloca o pacote de entrega no drone, que percorre o caminho e, a 10 metros do solo despeja o pacote com a ajuda de um fio que se estica e, por fim, o drone retorna à base.
Atualmente, a Manna, que é regulada nos EUA e na Europa como fabricante de aeronaves, fará seus primeiros testes com empresas e consumidores na Irlanda e outros países europeus em janeiro de 2020. No mercado norte-americano, os experimentos começarão no segundo semestre do próximo ano. “Acreditamos que os drones começarão a substituir a entrega por terra no ano que vem”, disse o CEO.
Quanto a questões de segurança, ele afirma que os drones são tão monitorados quanto um Boeing ou um Airbus. Sem emissão de gás carbônico, as naves seriam uma alternativa à redução de trânsito nas ruas e à emissão de poluentes. Sob o ponto de vista do consumidor, a rapidez e o fato de a comida chegar quente em casa seriam melhorias significativas na experiência. E, ainda segundo Healy, os drones beneficiariam a economia local, já que poderiam ter acesso a ingredientes frescos de produtores locais com mais facilidade.
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