IA: ferramenta poderosa, mas uma arma formidável
Para Brad Smith, CEO da Microsoft, é necessário que governos e grandes empresas de tecnologia trabalhem juntos para desenvolver padrões éticos aos computadores
Para Brad Smith, CEO da Microsoft, é necessário que governos e grandes empresas de tecnologia trabalhem juntos para desenvolver padrões éticos aos computadores
Salvador Strano
6 de novembro de 2019 - 11h30
Se há algo que personifica os medos da humanidade sobre a inteligência artificial, este algo, ou alguém, é o Hal 9000. O personagem de Arthur C. Clarke imortalizado por Stanley Kubrick no filme 2001: Uma Odisseia no Espaço mantém o seguinte padrão, explica Brad Smith, presidente da Microsoft: o ser humano constrói uma máquina que pensa, ela se torna mais poderosa que a espécia geradora e, recorrentemente, escraviza ou elimina as pessoas. E o padrão se repete em inúmeras tramas de cinema.
“Esses filmes geram uma reflexão muito importante: não devemos apenas nos perguntar apenas o que a inteligência artificial pode fazer, mas o que ela deve fazer. Somos a primeira geração na história da humanidade que dará a oportunidade a máquinas de tomar decisões sozinhas. Se errarmos, todas as gerações seguintes pagarão um preço”, afirma o executivo.
Na visão de Smith, é necessário um trabalho constante e próximo entre governos e grandes empresas de tecnologia para definir padrões éticos e limites ao desenvolvimento de inteligência artificial. Neste balaio, entram questões como segurança da informação pessoal de bilhões de pessoas, mas também o fornecimento de banda larga à parcela da população mundial que ainda não tem acesso à internet de alta qualidade. “Precisamos reconhecer que sem banda larga, uma comunidade não pode atrair trabalhos, estar na fronteira da medicina ou educação”, diz.
Para ele, é necessário, então, olhar para o passado em busca de caminhos semelhantes para problemas de igual magnitude. Nos EUA, por exemplo, foi também necessário que o governo fizesse uma parceria com uma empresa privada de fornecimento de energia elétrica para disseminar a novidade para todos os cantos do país.
“Precisamos endereçar o problema de frente, e mostrar que grandes empresas de tecnologia estão comprometidas a usar tecnologia para resolver os grandes problemas do mundo”, finaliza.
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