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Foco, “força” e água

Por dia, busco conhecer cinco novas pessoas, fazer quatro coisas novas, ter três insights relevantes, tomar dois bons cafés a dois e experimentar uma comida nova


6 de novembro de 2019 - 19h38

É muita coisa rolando! Como esperado, a vontade de brincar de onipresença acompanhou o day 1 do WS. Ah, mas não começou ontem? Sim, TGIM (Thank God Is Monday). Mas o negócio pegou a partir de hoje mesmo. A segunda-feira foi de perrengue chique na entrada e a moçada na arquibancada tentando contemplar a grande abertura do Snowden em um telão e caixas de som infinitamente inferiores ao impacto do hacker.

(Crédito: Rafael Campolina)

Hoje foi batidão. Das 09h às 17h, as 70 mil pessoas de mais de 160 países diferentes se esbarravam eufóricas de um lado para o outro entre os pavilhões. Buscando os melhores conteúdos, assentos, encontros, tomadas, brindes, investidores, fotos e food trucks.

Para não se perder?
1. Beba água E guarde o copo — que é de papel mas ainda single use
2. Escolha qual é a sua missão dentro do WS antes dele começar
3. Divirta-se and JOMO

Eu vim para o conteúdo. E mirar por dia: 5 novas pessoas, 4 coisas novas, 3 insights relevantes, 2 bons cafés a dois e 1 comida nova.

O que eu vi de mais interessante hoje? (em ordem decrescente de legalzice pra você não perder tempo)

Brian Collins foi o showman do dia. Deitou e rolou no personagem, interações e repertório para fazer arrepiar um apaixonado por marcas. Do sarcasmo aos MVPs à uma bandeira pirata empunhada a ideia de “promessa e performance”. Esse último foi o fio condutor do conteúdo e da sua apresentação em si. Os cases Mailchimp e EOS eram suficientes mas, obviamente, guardou para o grand finale o arco-íris Spotify. Tão simples e, ao mesmo tempo, escondido. Destemido, libertador e surpreendente nas aplicações e emoções.

Music fans were not looking for a tech company, but for music

Em uma aula de intenção e personalidade para humanizar marcas, Daniel Leyser provocou Alexa, Siri, Marias e Joaquins na plateia com “How does your brand sound?”. Os conceitos básicos de branding que se tornam tentadoras ciladas em tempos de assistentes de voz, headphones, smarthouses, bots and stuff.

Invisible interfaces are not faceless

(Crédito:Rafael Campolina)

E se a Europa ficasse de fora do mundo dos negócios no século XXI? François Candelon, sem meias palavras, gritou para despertar o continente para a ativação de um plano robusto como sociedade para a revolução digital. A composição fragmentada das iniciativas e players e o gap da maturidade digital perante outras regiões nos negócios de pequena e grande receita mantêm o velho mundo velho perante o frescor e foco galopante de China e Estados Unidos.

Olga, Georg e Hector formaram um trio bem complementar para falar sobre “UI and the future of the customer experience”. Aqui não foi o lugar das grandes descobertas mas sim de relembrar aquelas teorias que ainda deixamos distantes da prática. Primeiro que os tomadores de decisão não são usuários — ou seja, deveriam estar tomando mais copos da água ao invés de decisões arbitrárias. E, segundo, que o design deve estar colado em um time multidisciplinar co-construindo de ponta a ponta e não apenas para ser consultado pontualmente para a escolha da fonte, por exemplo.

Dependendo da sua idade e quantidade de boletos no mês, você nunca ouviu falar da Garmin. E fato que ela tinha tudo para entrar para o grupo de Kodak, Blockbuster, BlackBerry and stuff. Mas o Wai Lee demonstrou disposição e apetite no palco para liderar a caça a esses fantasmas. Diferentes approaches para inovar, paixão platônica pela sua própria ideia e a obsessão pelo mindset de produção “just fucking do it” parecem combustível suficiente para os próximos anos e pulsos.

A história de como o Canva surgiu. A Melanie Perkins é um poço de simpatia e convicção em seu propósito de democratizar o design.

What would the world look like in the future?

Ela quebrou o fluxo tecnocrata da produção gráfica para chegar a compartilhar mais de 139 milhões de criações apenas no último mês. Se você não conhece a comunidade, recomendo uma cuidadosa olhada no mínimo para colecionar referências legais e fugir da sua próxima apresentação chata no PPT.

(Crédito: Rafael Campolina)

Por último, a nota triste do dia fica pela pimenta Piri-Piri Sacana Ai Ai. A embalagem e o nome dizem tudo, mas subestimei da quentura portuguesa e por pouco não perco a minha bifana com rúcula e queijo da Ilha. Que essa sim estava uma delícia, diga-se de passagem.

Beba água.

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