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A lição de organização do Web Summit

Lisboa e o Web Summit se abraçam para fazer do evento um sucesso


6 de novembro de 2019 - 9h31

Atendentes e voluntários auxiliam no credenciamento no aeroporto, em Lisboa (Crédito: David Fitzgerald/ Web Summit)

Começou na segunda-feira, 04 de novembro, em Lisboa, mais uma edição do Web Summit, a maior conferência sobre tecnologia da Europa. Para que se tenha uma dimensão do evento, vale lembrar alguns números: são quatro dias de palestras e discussões, mais de 1.200 palestrantes espalhados nos 22 palcos do evento e público esperado de 77 mil espectadores. Um verdadeiro deleite para os amantes da tecnologia.

O início do evento foi grandioso como já era de se esperar. Apesar de ter início apenas no fim da tarde, o tempo foi suficiente para que grandes nomes falassem sobre diferentes temas relacionados a tecnologia. Alguns exemplos foram Edward Snowden, Guo Ping, Michelle Zatlyn, Jaden Smith, além das rápidas apresentações de mais de uma dúzia de promissoras startups de várias regiões do mundo. Um leque bastante variado para um curto espaço de tempo, o que, aliás, é a grande tônica da conferência.

Ainda que tenha sido apenas o dia de abertura de evento, o Web Summit já fez refletir sobre alguns pontos que permeiam a organização do evento. Seria óbvio e clichê dizer que o evento começou muito antes do dia 04 de novembro já que participar do evento exige um mínimo de preparação, mas chama a atenção o envolvimento das instituições locais. A prefeitura de Lisboa, por exemplo, abraça o evento e é parte integrante da organização. Para que se tenha uma ideia, uma estrutura de pré-registro para o evento foi montada no próprio aeroporto. Sinalizações sobre o evento podem ser vistas por toda a cidade, principalmente nas linhas de metrô. Alunos de várias universidades de Lisboa trabalham como voluntários e a polícia disponibiliza um grande contingente para garantir a organização e segurança.

Por sua vez, a liderança do Web Summit reconhece e valoriza o trabalho. Um exemplo foi quando Paddy Cosgrave foi ao palco explicar que a polícia lisboeta decidiu, poucas horas antes, tornar mais rígida a revista de pastas e mochilas na entrada do evento. Ao invés de dar a explicação em tom de justificativa, Cosgrave parabenizou e pediu aplausos à polícia, afinal de contas, ainda que a medida tornasse mais difícil e demorada a entrada no evento, ele entendia que a medida beneficiaria a todos.

O encerramento do dia foi feito pelo prefeito de Lisboa, Fernando Medina, junto com o Ministro da Economia, Pedro Siza Vieira e Paddy Cosgrave. Uma verdadeira aula de simbiose organizacional, quase um evento esportivo de grandes proporções.

É interessante como o Web Summit se apropria de diversos locais da cidade para acontecer e vira tema entre a população da cidade. O Night Summit, parte noturna do evento que mistura diversão e networking, acontece em lugares distintos em três das quatro noites da semana. Interessante para o público de fora, que conhece mais da cidade, e para os próprios lisboetas, que em algum momento da semana provavelmente estarão próximos ao evento de alguma maneira. Isso, aliás, parece alimentar ainda mais o ecossistema tecnológico de Lisboa. A população se interessa cada vez mais pelo tema e os jovens se sentem mais estimulados a entrar nesse mercado.

Gostaria de destacar que só é possível fazer acontecer um evento deste tamanho com muito respeito ao tempo. Neste primeiro dia ficou claro que não existe chance para atrasos. Edward Snowden foi interrompido no meio de uma resposta pois seu tempo havia esgotado. A última resposta de Jaden Smith sequer foi ouvida, pois a produção ligou uma música de fundo num claro sinal de que o tempo havia acabado. Parece falta de educação, mas não é. É apenas a forma de mostrar a importância que a organização dá ao planejamento feito e que sabe o efeito dominó que poderia seu causado por qualquer atraso.

Esse foi apenas o primeiro dia e algumas lições já puderam ser tiradas, seja no conteúdo das palestras ou em tudo aquilo ao redor da realização do evento. Os próximos dias reservam uma experiência muito rica. Para nós, resta absorver o máximo da conferência, levar na bagagem os aprendizados e multiplicá-los na volta ao Brasil.

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