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Impressões Iniciais do Web Summit 2019

Apesar da grande expectativa em torno do evento e das boas impressões inicias, o primeiro dia foi marcado por filas enormes, confusão na entrada e muita gente de fora da Arena Altice


5 de novembro de 2019 - 9h27

Filas para identificação e credenciamento (Crédito: Sheila Arandas)

O WebSummit envolve toda Lisboa. É incrível como a cidade respira o evento por todos os lados. Desde a chegada no aeroporto internacional Humberto Delgado, ainda antes do desembarque, placas indicam a direção do mega posto de credenciamento que eles montaram logo na saída, no terminal 1.

No saguão do aeroporto, uma letra caixa enorme com a logo do evento era parada obrigatória para fotos das dezenas de participantes que chegavam na capital portuguesa. Essa mesma peça está espalhada pela cidade em diversos locais abertos ao público, trazendo enorme protagonismo para um evento que atrai turistas e negócios para a capital portuguesa. Ativação bem feita, como deve ser, que gera visibilidade e protagonismo para marca, além de enorme buzz em redes sociais.

A experiência de retirada da credencial do evento, no aeroporto, foi fluida, com filas setorizadas por tipo de ingressos e que andavam rapidamente, organizadas em uma tenda bem montada. O mesmo podemos dizer da compra de passes do evento para uso no transporte público (certamente a melhor opção de locomoção em Lisboa nesses dias), em um posto montado logo ao lado do credenciamento, com passes para 3 dias por 20 euros ou 5 dias por 30 euros. As estações do metrô também estão totalmente sinalizadas com placas indicativas do Web Summit.

Eu estava super animada para o meu primeiro dia de Web Summit. Mas, como produtora experiente de eventos, eu sabia que uma conta não batia, afinal, um evento que espera 75 mil participantes teria sua noite de abertura concentrada em uma única arena, com capacidade para 20 mil pessoas. Assim, eu estava curiosa para saber como os organizadores resolveriam a questão, caso boa parte dos participantes resolvessem comparecer à noite de abertura.

Cheguei com meu grupo por volta de 17h. Parte das pessoas do grupo não havia retirado as credenciais ainda, portanto uma fila era esperada. Mas, para nossa surpresa, a fila para retirada das credenciais não assustou e fluiu tão bem quanto a do posto do aeroporto, o que não se pode dizer da entrada para a arena.

As filas de acesso ao principal palco do evento, o Centre Stage, eram gigantescas e desorganizadas. A maioria dos voluntários do evento não sabiam informar nada exatamente, com diversas versões para perguntas simples como localização de banheiros, garantia de entrada na arena para quem estivesse nas filas e revista de mochilas e bolsas.

Vários agente de segurança e policiais estavam no local auxiliando triagem das pessoas – das que conseguiam, após muito tempo, se aproximar do acesso à arena. Depois de algum tempo, recebemos a informação que a presença na fila não garantia a entrada ao Centre Stage e que, se a lotação atingisse seu máximo, as pessoas que ficassem de fora poderiam assistir o evento na área externa descoberta (com uma leve garoa e vento frio), através de um telão (pequeno para o espaço) e enfrentando grandes filas também para compra de bebidas e comidas.

A essa altura, os grupos brazucas do Whatsapp já davam conta da confusão no acesso, das dificuldades e da lotação do espaço, e dos bugs que o app do evento estava apresentando.

Vivenciando aquele caos, resolvi checar se o evento estaria sendo transmitindo online pelo Youtube e, bingo: transmissão já no ar. Sendo assim, eu e milhares de pessoas trocamos a experiência do primeiro dia no o Web Summit por passeio com jantar no Shopping Vasco da Gama, bem ao lado do evento!

Sobre os conteúdos das palestras do primeiro dia, alguns flashes eu vi ao vivo online, ainda no shopping, e o restante terminei de assistir na mesma noite, confortavelmente instalada no meu quarto de hotel. Valem os destaques:

· Quase todas as apresentações de startups foram feiras por mulheres. Girl Power total. Ponto para o WebSummit.

· A palestra remota do Edward Snowden valeu o show. Não se limite a ler resumos, assista a íntegra no Youtube, preste atenção e reflita sobre o que ele fala acerca de GDPR.

· De acordo com o Paddy Cosgrave, um dos fundadores do Web Summit, a confusão na entrada e atraso no início oficial do evento se deu por questões de segurança apontadas pela Polícia de Lisboa. Se foi mesmo esse o único, foi por um bom motivo.

Lições que aprendi nos momentos iniciais do Web Summit 2019:

1. Seja flexível, nem tudo será como você espera, mesmo sabendo que você pagou caro pelo seu ingresso.

2. Vai ter fila SIM na noite de abertura, simplesmente porque não cabe todo mundo.

3. Se quiser MUITO ter acesso a algum palco do Web Summit, chegue cedo, vá preparado com roupas e sapatos confortáveis, garanta sua alimentação e sua passada no banheiro antes de enfrentar qualquer fila.

4. Vale a pena comprar o passe do transporte público, mesmo que a diferença não seja tão significativa se comparada aos valores de passes diários do metrô. Na hora de embarcar após a saída do evento, você evita as enorme filas (yes, mais filas) para compra dos tickets de transporte e demora do Uber.

5. É bom se conectar com outros brasileiros em grupos de Whatsapp para acompanhar as novidades e informações.

6. Para ganhar protagonismo, esse tipo de evento precisa mesmo acontecer em cidades com boa infra, mas porte médio, como Lisboa para o Web Summit e Austin para o SXSW.

Hoje foi apenas o primeiro dia e muitas outras experiências e aprendizados estão à caminho, desde já valorizando a importância do compartilhamento de informações e conhecimento. Aliás, esse texto só pode ser feito com a colaboração de diversas pessoas que me enviaram informações e depoimentos pelos grupos de brasileiros no Whatsapp, com agradecimento especial ao Luiz Persechini, da Sherwa.

Juntos, somos mesmo melhores e mais ágeis. Até o próximo post.

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