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As redes sociais podem ajudar a reeleger Trump?

Em discussão sobre a possível reeleição de Trump, ex-Cambridge Analytica acusou Mark Zuckerberg de ajudar na campanha do presidente

Isabella Lessa
5 de novembro de 2019 - 17h33

Joe Pounder, Neil Katyal, Brittany Kaiser e Tim Alberta no Web Summit (Crédito: Web Summit)

Daqui um ano, os norte-americanos vão ter de decidir nas urnas qual será o próximo presidente dos Estados Unidos. Um cenário provável é a reeleição do atual chefe de governo, Donald Trump, possibilidade que foi discutida no painel “One Year Out: Will Trump be re-elected”, mediado pelo jornalista Tim Alberta, do site Politico.

Dos três entrevistados presentes, Neal Katyal, ex-procurador-geral dos EUA, foi o único a deixar claro que não acredita na reeleição de Trump. Categórico, disse que não apenas descarta essa hipótese, como acha que o presidente será impitimado e, portanto, não poderá se recandidatar em 2020. “O partido democrático vai acabar com essa farsa inconstitucional, ele será removido pelo senado”, disparou. O advogado acredita, ainda, na união entre republicanos e democratas para que o presidente seja demovido do cargo antes de completar seu mandato.

Brittany Kaiser, fundadora da Own Your Data Foundation e ex-diretora de desenvolvimento de negócios da Cambridge Analytica, disse que caso a campanha de Trump consiga imprimir algum tom de convencimento, ele irá governar por mais quatro anos. Segundo ela, é preciso ter medo do que chamou de “assistência de Mark Zuckerberg” para ajudar o republicano a se reeleger. Para Brittany, a medida recente tomada pelo CEO do Facebook de não controlar mensagens políticas na rede social é um fator alarmante porque basicamente permite que qualquer político infrinja a lei. Além disso, acrescentou que, há três anos, a falta de limites em torno de mensagens que incitavam a violência foi determinante para a vitória do presidente no país.

O republicano Joe Pounder, CEO do Bullpen Strategy Group, riu da declaração de Katyal sobre o impeachment, o que, de acordo com ele, demandaria o voto favorável de 20 senadores republicanos, o que tornaria a medida pouco provável. “Uma vez que os democratas tiverem seu candidato, a corrida será sobre a escolha entre dois candidatos. E acho que o presidente tem uma boa chance de ser reeleito”, opinou, acrescentando que o estado da economia do país e a forte base eleitoral são sinais importantes.

Na visão de Katyal, não importa quão profissional seja o aparato da campanha eleitoral de Trump, não será possível apagar o fato de que ele foi eleito por 107 mil votos em três estados. “E agora há registros dele destruindo a economia, separando crianças das famílias, atropelando a constituição de novo e de novo. Esse presidente é fundamentalmente anti-americano, ele pega nossos valores e os rasga”, afirmou.

Brittany relembra que, em 2016, a campanha de Trump nas redes sociais já havia se profissionalizado muito. Ela contou que, na época, ex-colegas dela da Cambridge Analytica trabalharam diariamente na compra e coleta de dados do mundo inteiro, com o intuito de descobrir quais perfis de pessoas poderiam ser persuadidas. “Infelizmente, não aprendemos nada com 2016 porque isso ainda está acontecendo hoje e o Mark Zuckerberg está ajudando-os nisso”, comentou.

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