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Marketing digital não faz sentido ?

Em um mundo em que a tecnologia imita a arte e está presente em todos os lugares e negócios, pensar em uma divisão entre marketing on e off line é tão artificial quanto míope


4 de novembro de 2019 - 12h03

(Crédito: Juststock/ iStock)

Este final de semana fiz uma coisa que há tempos não fazia: li revistas em quadrinhos da Disney. Estava com meu sobrinho e me diverti com as histórias de Donald e sua turma, em especial, me deliciei com o professor Pardal e suas invenções, bem como as tentativas de transformar em negócios algumas ideias malucas que o inventor tinha.

Robôs realizando tarefas para os humanos, carros voadores, quantas maravilhas. Como seria bom se o mundo fosse igual aos quadrinhos!

Então, na segunda- feira, fui preparar minha agenda para o Web Summit. Em grande parte, muitas das palestras me lembraram os quadrinhos que li no final de semana. Este mundo maravilhoso de máquinas voadoras, que entregam desde produtos de consumos e alimentos em cidades populosas, até medicamentos e conforto em vilas inóspitas nas montanhas chinesas. Robôs inteligentes que podem entrar nas veias humanas e desobstruir coágulos. Equipamentos inteligentes que nos ajudam a escolher e comprar os melhores produtos para nossos desejos mais desconhecidos. Modelos de negócio sustentáveis e inclusivos na indústria da moda.

Muitas das tecnologias imaginadas nos quadrinhos e na ficção científica estão disponíveis. Mas com qual velocidade elas vão permear os diferentes ambientes sociais, como irão impactar os negócios no futuro e qual será o efeito destas mudanças radicais nas vidas das pessoas. Saber aproveitar estas alterações será fundamental para qualquer empresa que queria ter sucesso. E o Web Summit é o evento que mais abrangentemente discute estes dilemas.

Está será minha primeira ida ao evento. Tenho guiado grupos para a NRF Big Show, em Nova Iorque, todos os janeiros. O que mais me intriga no evento do varejo é exatamente o impacto que a tecnologia tem apresentado aos empresários deste setor. Esta inquietação me colocou em rota de colisão com o Web Summit. Foi quase uma consequência das minhas idas ao evento de Nova Iorque. Espero também que seja complementar.

Também me causa curiosidade a habilidade que os portugueses tiveram em trazer um evento de tamanho impacto para uma cidade que, para os padrões europeus, é geograficamente marginal. Esta centralidade que Lisboa adquiriu, e que garantiu por mais dez anos, é igualmente intrigante. A mobilização de mais de setenta mil participantes do mundo todo é um grande feito para o turismo de negócios de Portugal. Chegando na cidade, também é notável com o evento está presente em diversos pontos turísticos e, aparentemente, muda a rotina das pessoas.

Outra coisa que chama atenção no evento é a interação ativa entre os participantes por meio do aplicativo. Antes mesmo de chegar ao evento, tive o contato de três pessoas com oportunidades de relacionamento comercial ligadas à minha participação. Eu também olhei os contatos do app, para procurar oportunidades interessantes. Os organizadores foram bastante felizes mantendo um fluxo constante de informações por meio de emails aos participantes.

Mas, voltando ao título deste post, se eu não acredito que marketing digital faça sentido, o que farei no Web Summit? Parece quase um contra senso. Afinal, o próprio título do congresso remete ao digital. Minha crítica principal é sobre a separação da atividade de marketing em duas esferas que não podem mais ser distinguíveis. Neste mundo quase dos quadrinhos, no qual a tecnologia imita a arte e está presente em todos os lugares e negócios, pensar em uma divisão entre marketing on e off line é tão artificial quanto míope. O marketing digital não faz sentido, pois no ambiente de negócios contemporâneo, simplesmente não existe marketing que não seja minimamente afetado pelo digital.

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