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Vamos ao Web Summit ver a morte das whatever-tech?

Vamos deixar os sufixos de lado, centrar nas promessas chave, deixar de modismos e apostar na verdadeira essência das empresas e no que elas têm de relevante a oferecer para seus clientes


31 de outubro de 2019 - 17h08

(Crédito: TarikVision/istock)

Estamos a menos de três dias do início de uma nova edição do Web Summit, evento que acolhe mais de 60 mil pessoas em busca do que há de mais recente na World Wide Web ou não? Por que razão as pessoas vão, mesmo?

Para tratar desse tema polêmico escreverei, ao longo do evento, pequenos episódios de Trend Hunting. Vamos, portanto, ao nosso pré-evento.

Teremos oradores, panelistas, empresas, empreendedores, investidores, jornalistas e curiosos reunidos para quê? Nas minhas melhores expectativas, no melhor dos mundos, esta edição da Web Summit poderia simplesmente marcar o início do fim das empresas online e das empresas tech-qualquer-coisa.

What?! Mas que contrassenso, ele endoideceu!

Bem, até quando teremos Adtechs, Edtechs, Fintechs, Healthtechs, Sportechs, My-mother-techs todas afirmando e gritando serem online e digitais?

Acredito, sinceramente, que 2020 vai marcar a morte dessas classificações redundantes tão óbvias e irrelevantes, pois, na verdade, para qualquer empresa que queira sobreviver no médio prazo, essas não são metas estratégicas ou de mudança, e sim pressupostos de sobrevivência e relevância.

Não faz sentido acreditar em negócios que não estejam em todas as plataformas e canais, que não interajam com seus clientes por todas as vias, ou que não sejam sustentados por soluções tecnológicas de última geração proporcionando benefícios de escala, rapidez, eficiência e precisão. Esses são fatores essenciais para agradar e reter clientes cada vez mais informados, exigentes e críticos.

Um supermercado que não tenha uma loja online, relacionamentos com seus clientes por todos os canais com verdadeiras estratégias omnichannel, vasos comunicantes e capacidade de customizar com escala não vai sobreviver à próxima década.

Qualquer loja de moda, cosmética ou artigos desportivos, apenas para dar alguns exemplos, que não conheça e reconheça os seus clientes assim que eles entrem em contato, de forma proativa e voluntária, com alguma de suas frentes de comunicação e interação sejam lojas físicas, digitais ou interfaces de comunicação direta e indireta –, competirá em enorme desigualdade com seus concorrentes e frustrará a experiência de consumo de seus clientes, não conseguindo retê-los e comprometendo sua existência a curto prazo.

Um banco ou serviço financeiro que não consiga servir na totalidade os seus clientes na comodidade da sua casa, escritório, carro ou viagem, sem procedimentos obsoletos de burocracia, presença física, deslocamento, envio de informação repetida e irrelevante, atitude passiva e esquiva, tem o seu futuro comprometido a curtíssimo prazo.

A padaria que não esteja preparada para servir sua clientela de forma proativa, inteligente e analítica, será, rapidamente, ultrapassada por modelos mais escaláveis, preparados, atentos ao mercado e que estejam criando novas necessidades.

O agricultor que não se preparar para minimizar os efeitos climatéricos, controlar melhor a sazonalidade, otimizar os ingredientes, recursos e áreas, terá seu futuro comprometido por explorações com enorme nível de automação, previsão e controle de quase todas as variáveis, além de gigantes ganhos de produtividade. Refletindo, inevitavelmente, em preço, quota e domínio de mercado.

Ah, mas a Dona Etelvina, que faz bolos e empadas na cozinha da sua casa e põe os filhos para vender seus produtos na rua, não precisa dessa tal de tecnologia para nada!

Puro engano. Talvez a Dona Etelvina seja um dos maiores beneficiados se, em vez de colocar os filhos na rua vendendo seus produtos, os colocar na frente de computadores para criar, gerir conteúdo e dinamizar as redes sociais da recém-criada marca “Receitas da Etelvina”.

Isso pode fazê-la vender 24 vezes mais com um investimento semanal de 40 a 70 reais. Assim, ela pode alcançar um público considerado inatingível e ganhar somente dores de cabeça relacionadas ao aumento da produção de bolos e empadas além de, obviamente, gerar emprego para familiares e amigos.

Já são raríssimos os casos em que a sobrevivência dos negócios não esteja intimamente ligada ao domínio, presença, efetividade e inovação pela via tecnológica e online. Fica aqui meu pedido: vamos deixar os sufixos de lado, centrar nas promessas chave, deixar de modismos e apostar na verdadeira essência das empresas e no que elas têm de relevante a oferecer para seus clientes.

Isso, simplesmente, porque quem não tiver incorporado esses valores como naturalmente seus na próxima década, e continuar precisando anunciar para o mundo que é moderna, passará atestado de que não viu o tempo passar, e seus clientes não perdoarão.

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