A maior conferência de tecnologia, cada vez mais brasileira
O Web Summit 2019 deve levar a Lisboa mais de 70 mil participantes de cerca de 170 países e o Brasil vem aumentando sua delegação ano a ano
O Web Summit 2019 deve levar a Lisboa mais de 70 mil participantes de cerca de 170 países e o Brasil vem aumentando sua delegação ano a ano
25 de outubro de 2019 - 8h40
Web Summit 2018 (Crédito: Reprodução/Facebook)
Novembro já surge no calendário e, com ele, uma das semanas mais aguardadas do ano para empreendedores, agentes de inovação, investidores e todos que fazem parte do ecossistema que mais cresce no mundo.
O Web Summit 2019 deve levar a Lisboa mais de 70 mil participantes de cerca de 170 países e o Brasil vem aumentando sua delegação ano a ano. Extraoficialmente comenta-se que o número de brasileiros neste ano superará os 3.500 espectadores.
Para quem ainda não está familiarizado, o evento acontece na capital portuguesa desde 2016 e, desde então, marco presença neste que é o maior evento de tecnologia e inovação do mundo – segundo o Financial Times – e tem papel fundamental no desenvolvimento deste ecossistema. Inicialmente em Dublin, fundado em 2009, confirmou Lisboa como seu ponto fixo e já firmou acordo com o governo português para os próximos 10 anos. Caso não esteja entre nós acompanhe por aqui através de uma dezena de colaboradores e programe-se para o próximo ano, não irá se arrepender.
O evento tem tudo a ver com Lisboa, que nos últimos anos se desenvolveu como um dos principais polos de inovação do mundo, somando milhares de startups que se estabelecem no país através de programas de incentivos do governo e de iniciativas privadas e, por si só, já vale a visita. Mas a cidade fica ainda mais especial na semana do evento, quando a pluralidade e a cultura ganham ainda mais força com tantos visitantes, já que a grande maioria do público não é portuguesa.
O que chama atenção na maior conferência de tecnologia da Europa começa pelo conteúdo: são mais de 1.200 palestrantes divididos em mais de 24 palcos separados por temas de interesse – as tracks -, em sua grande maioria compostos pelo C-level das principais companhias do mundo, governantes, executivos de mídia, celebridades, influenciadores e empreendedores de sucesso. Há sempre muita polêmica criada pela busca de uma resposta para perguntas como “onde vamos?” e “como utilizamos a tecnologia para nos guiar até lá?”.
Foi no palco do Web Summit que o mundo conheceu Sophia, a primeira robô a receber cidadania de um país, assim como ouviu Stephen Hawking em suas últimas aparições; um discurso transformador do Al Gore; um debate acalorado sobre a privacidade de dados que expôs o problema ao mundo e levou a medidas transformadoras como a lei de proteção de dados europeia, entre diversos outros assuntos que pautaram muita conversa e ação nos meses que se seguiram.
Este ano não será diferente. Ainda na pauta crítica da privacidade de dados, o evento será aberto por Edward Snowden, por uma transmissão ao vivo direto da Rússia, país onde se encontra refugiado desde 2013. De outro lado, teremos na programação um painel com Brittany Kaiser, uma das peças centrais do caso Cambridge Analytica.
Além de executivos do Google, eBay, Booking.com, Facebook, Uber, Microsoft, Amazon, Tinder e tantas outras podemos destacar nomes de peso como o ex-primeiro Ministro do Reino Unido – Tony Blair, Margrethe Vestager – VP da Comissão Europeia, o presidente da Huawei – Guo Ping, Katherine Maher – CEO da Wikimedia, Randy Freer, CEO da Hulu e Jaden Smith – co-founder da 501CTHREE.org e JUST Water (e filho do Will Smith).
Os brasileiros também marcam presença no conteúdo deste ano; entre os destaques estão os unicórnios André Penha, co-fundador do Quinto Andar, e Carlos Moyses, CEO do iFood, além de Rodrigo Marques, CEO da Atlas, Markus Villig, co-fundador do Bolt, Marcelo Lombardo, CEO da Omie e ainda Ronaldo Nazario e Ronaldinho Gaúcho.
Nas áreas Alpha e Beta, destinadas a mais de 1.500 startups, o Brasil terá 140 representantes que terão a oportunidade de fazer pitchs constantes para investidores do mundo todo, e ainda ganhar visibilidade ao concorrer ao PITCH, “prêmio” da melhor startup do ano, que não leva nenhum cheque mas talvez uma das maiores exposições que podem ter.
O conteúdo anunciado sugere também que muito será discutido em relação a utilização da tecnologia na gestão da crise ambiental e mudanças climáticas – aliás o evento este ano será praticamente livre da utilização de plástico.
Com o compromisso de criar um ambiente mais inclusivo e reconhecendo que a indústria tecnológica deve encorajar um maior envolvimento das mulheres nos negócios, o evento conta com a iniciativa do Women in Tech, que, além de dar espaço às mulheres do mercado, bonifica parte do ingresso do evento, incentivando que a audiência também se equilibre, atitude que muito em breve esperamos ser desnecessária e que isso se torne algo natural. A iniciativa já traz números relevantes: em 2018, a representatividade feminina foi de 44% – 20% a mais do que em 2016, por exemplo.
Outro ponto interessante a se observar no evento deste ano será a tecnologia cashless, que, por meio de um acordo entre uma companhia local, o governo português e a organização do evento, fará com que boa parte dos espectadores não precise carregar carteira durante o evento.
Novidade no Web Summit, com conteúdo integralmente em inglês e até então sem tradução, será a disponibilização de um aplicativo que funcionará no palco central para traduzir o conteúdo em tempo real para português, japonês e espanhol.
Os brasileiros já estão se movimentando e criando diversas iniciativas off-Web Summit, de grupos no WhatsApp a todo tipo de evento em torno dos mais diversos assuntos e oportunidades.
O Web Summit acontece de 4 a 7 de Novembro de 2019 na Feira Internacional de Lisboa e na Altice Arena, e nós estaremos lá juntamente com a Missão Brasileira gerando conteúdo, aprendizado, network e fazendo uma verdadeira imersão no ecossistema português.
Veja também
A palavra que nunca foi dita
Entre FOMO, JOMO, enchurrada de buzzwords, legalzices, Aha’s! e as minhas tentativas de onipresença, me dei conta que uma palavra não deu as caras na Altice Arena: “concorrente”
Amigão, faz o simples
Depois disso sim, invente e reinvente para sempre. Posicione cada entrega como um produto. Arrisque, teste, erre, evolua, complique. E simplifique novamente