Meio&Mensagem

26 de outubro de 2019 - 9h48

Web Summit 2018 (Crédito: Divulgação)

A poucos dias de começar o WebSummit em Lisboa, me pego pensando qual o motivo que me leva e levaria milhares de pessoas a embarcar em mais uma aventura no fantástico mundo dos eventos de inovação, tecnologia e criatividade. Depois de vivenciar experiências no Cannes Lions, NRF, SXSW, Rio2C e de participar de outras dezenas de palestras e eventos no Brasil e no exterior, nas áreas de inovação, o quê esperar do inédito (para mim) WebSummit?

Algumas pessoas frequentam esses eventos para ampliar seu network pessoal e profissional. Não sou uma delas! Confesso que tenho um certo preconceito com a noção “forçada” da criação de uma rede de contatos baseada em interesses. Prefiro os encontros que acontecem quando devem acontecer, as conexões que se formam de modo orgânico e, que podem gerar frutos mais duradouros do que a mera troca de cartões de visita, ou de QR Codes.

Também existe a turma do “vai na festa”. É verdade que, em quase todos esses eventos, existe uma programação social bacana, normalmente regada a cerveja (bebida oficial dos festivais) que, além do tal network, pode servir como válvula de escape para quem trabalha muito e aproveita os eventos para dar uma relaxada. Ou até mesmo para quem está solteiro e quer achar uma boa companhia. São muitas as “resenhas”. Eu não me encaixo perfeitamente nesta tribo, pois tenho uma sensação de “festa da firma”, aquele evento que você quer parecer solto, mas fica de olho porque seu chefe ou seu cliente podem estar ao lado. Porém, que fique claro: eu vou na programação social dos eventos e acho que você também deve ir. Afinal de contas, festa é festa e, se não tiver boa, no mínimo serve como oportunidade para observação do comportamento humano. Só fique esperto: se tomar todas e ficar muito doidão, o cara do seu lado pode ser um potencial colega de trabalho ou investidor da sua startup!

Falando em startup, muitos profissionais vão para eventos e festivais em busca de investidores. Se você é um deles, estude tudo antes e se prepare bem. Não estou diretamente envolvida com startups, mas já ouvi comentários, em corredores de eventos, de pitches desastrosos e abordagens inconvenientes. Aqui vale a dica: alie suas melhores hard skills com suas soft skills.

É verdade que os festivais de inovação estão na moda. E, se estão na moda, você “tem que ir”. E não basta ir, tem que dizer que foi, tem que postar MUITO nas redes sociais, tem que garantir que seus clientes, pares, fornecedores ou prospects saibam que você foi! Aí está uma cilada: tem gente que posta muito, mas quase não aparece nas palestras e, visivelmente, absorve pouco. Você então pergunta: o que teve de mais significativo em termos de conteúdo no evento para você? E, nessa hora aquela cara de paisagem surge….

Alguns profissionais vão para esses eventos pela busca (quase desesperada) em conhecer TODAS as novidades, saber TODAS as novas tecnologias e soluções que vão mudar o mundo, e tornar o nosso futuro incrível! Confesso que me encaixo parcialmente neste grupo, pois sou naturalmente curiosa e minha profissão me obriga a estar atualizada. Por outro lado, é nesse momento que começa o famoso FOMO (fear of missing out), ou seja, a sensação de estar perdendo algo, pois o habitual desses eventos é que vários conteúdos (palestras, pitches, ativações de marca, workshops, feira de negócios, etc) aconteçam ao mesmo tempo, nos obrigando a fazer escolhas. A má notícia segue: nem sempre as nossas escolhas são as possíveis, seja porque os conteúdos ficam fisicamente distantes uns dos outros, porque os horários coincidem ou porque as palestras mais concorridas têm filas enormes e você fica, literalmente, de fora! Portanto, se houver uma palestra no line up que você queira muito assistir, chegue cedo e garanta o seu lugar no auditório. É aquela coisa de fã chegando no show do seu cantor preferido para ficar perto do palco. Mais uma dica: crie sua agenda com plano A, B e C ou plano OQO – o que ocorrer – e relaxe.

Por fim, existem pessoas que vão para festivais de inovação encarando tais eventos como um momento de formação e capacitação. Eu certamente sou uma delas, pois reservo minha agenda anual considerando o “meu momento” para aprender, reciclar e buscar inspiração. Mas, este é o tema do meu próximo post.

Bom, são muitos os motivos para ir a um evento como WebSummit. E, no final das contas, o melhor mesmo é ir por todos os motivos, com olhos e ouvidos atentos e a cabeça aberta para novas ideias e oportunidades que, certamente, vão aparecer.

Boa viagem e, aos que vão, nos vemos em Lisboa! Aos que não vão desta vez, sigam a cobertura do Meio&Mensagem e sintam-se lá. Eu mesma faço isso quando não posso ir a algum evento importante, e sempre funciona.